Ruinpub em Budapeste
Enquanto tomávamos uma cerveja sentados em um ruinpub no alto de um prédio, em Budapeste, D. me olhava sorrindo. Agora, com a cidade a seus pés ele estava relaxado. Tão diferente do cara que a poucos minutos repetia pela enésima vez “Não é possível que seja aqui. Você tem certeza?”
Durante a pesquisa para nossa viagem a Budapeste descobri que a cidade tem uma das mais criativas formas de ocupação urbana e integração social: os ruinpubs (“rom kocsma”, em húngaro) que, em resumo, são bares que funcionam em imóveis abandonados e que podem atuar também como pólo cultural por meio de clube de cinema, performance de teatro, concerto, exposições ou oficinas criativas.
Nós tínhamos que vivenciar essa experiência. Observando a área do nosso hotel em Peste, fiz uma pequena lista com alguns que julguei interessantes. Foi assim que começou nossa aventura para chegar no Corvintető, um ruinpub que ficava localizado no terraço de uma loja de departamentos.
Na busca do Ruinpub em Budapeste:
Encontrar a loja de departamentos foi fácil. Afinal, ela ficava a poucos metros de nossa hospedagem. O primeiro susto foi quando chegamos na porta lateral que dava acesso ao bar. As paredes totalmente pichadas, o espaço gradeado de um antigo elevador que não funcionava e a escada passavam uma atmosfera totalmente decadente. Neste ponto D. me fez a fatídica pergunta: “Tem certeza de que é aqui?”. Mostrei para ele a minha anotação e disse “O endereço está certo. Vamos subir.” Assim, fui em frente sem dar tempo a ele para pensar.
Subimos uns 3 lances de escada até chegarmos em um corredor. A atmosfera decadente tornou-se meio sombria no longo corredor mal iluminado salpicado com algumas portas. Enquanto caminhávamos, D. repetia: “Não é possível que seja aqui. Você tem certeza?” No entanto, obtinha sempre a mesma resposta categórica: “Claro! Eu li nas minhas pesquisas.”
Estávamos na metade do corredor quando vi, através de uma porta aberta, 2 pessoas conversando em um depósito. Resolvo me aproximar mas gritam comigo. O instinto me faz parar e grito a única palavra em húngaro que conheço: Corvintető. Foi o bastante para apontarem a direção. Apesar de demonstrarem uma aparente irritação.
Assim, continuamos em frente caminhando até um vão com três degraus que nos conduziram ao terraço iluminado onde localizava-se o Corvintető. Ah! A satisfação de quem descobre um tesouro.
Compramos nossas cervejas e nos encostamos na amurada do prédio para apreciar a vista da cidade enquanto D., as gargalhadas, questionava onde eu estava com a cabeça quando resolvi sair daquele corredor lúgubre para entrar em um depósito.
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