Era uma vez...

Restaurante em Hong Kong

Após retirar a louça e os copos plásticos, a atendente do restaurante em Hong Kong fez uma cara estranha. Eu e D. fingimos inocência mas temos que nos conter para não rir.

É nosso terceiro dia em Hong Kong. Mas é o primeiro dia em que ficamos na Ilha de Hong Kong. Nos dias anteriores fomos não só a Kowloon como também visitamos o Buda Gigante em Lantau. Estávamos alegres e faceiros indo para todos os lados da cidade.

Ainda essa manhã, havíamos utilizado um dos tradicionais bondinhos de 2 andares para nos locomover pela cidade. Assim como também fomos até o Victoria Peak.

Mas, nossa incursão pela área Central havia nos deixado frustrados. Uma vez que o planejamento urbano da região, enlouqueceu nossas cabeças e o gps de apoio. Só para ilustrar, essa área utiliza-se da Central-Mid-Levels; uma extensa “rede” de passagens elevadas para pedestres que interliga não apenas vários prédios como também os transportes públicos. É uma interligação do público com o privado. Um conceito urbano diferente do que estamos acostumados. Simplesmente, não conseguíamos encontrar nada.

Assim, resolvemos ir para North Point, almoçar mais perto do hotel e desestressar em uma área menos turística.

Escolhemos um dos restaurantes locais, não apenas pelo grande número de mesas ocupadas mas também pelo cardápio com fotos.

Eu ainda rumino a frustração de ter sido vencida pela estrutura urbana de Hong Kong Central. Afinal, eu sabia que Hong Kong era verticalizada. Porém, não estava preparada para o nível de verticalização encontrado na área do centro financeiro.

No restaurante em Hong Kong

A atendente, traz os cardápios. Como crianças, escolhemos pelas imagens o que queremos comer. Por sinal, temos encarado nossas refeições como uma aventura. Pois quando o cardápio traz a tradução, em inglês, conseguimos saber os ingredientes, embora não necessariamente, a forma de preparo. Mas, como esse cardápio possui tradução e foto, provavelmente, não teremos surpresa.

Quando a atendente volta para anotar os pedidos, apenas apontamos as fotos do que desejamos. Para nossa surpresa, ela coloca dois copos plásticos verdes sobre a nossa mesa e vai embora.

Nos olhamos e olhamos para os copos sem entender. Não havíamos solicitado bebida. Enquanto esperávamos que a atendente voltasse ao salão, notamos que todas as mesas ocupadas tinham os mesmos copos verdes sobre elas.

Eu e D. ficamos atentos mas ninguém sequer encosta nos copos verdes. Assim, pego no copo. Está quente. Em seguida, levo o copo até o nariz, para cheirar seu conteúdo. Sem cheiro aparente. D. resolve provar. Chá verde, ele diz. Eu provo e digo:
– Pode ser. Mas está bem aguado, né?!

Assim, enquanto aguardamos nossa refeição, vamos conversando e bebericando aquele líquido quente que nos aquece no dia frio.

A gafe social

Até que um casal entra no restaurante e senta-se quase de frente para nossa mesa. Um atendente anota os pedidos e coloca os copos verdes sobre a mesa. Imediatamente eles pegam os kuàizi no depósito sobre a mesa e colocam nos copos para esterilizar.

Eu e D. nos entreolhamos e, rapidamente, imitamos o casal.

Começamos a rir. Pois devido a nossa ignorância cultural estávamos bebendo a água fervida para a limpeza das varetinhas usadas como talheres pelos chineses.

Mas, nos salvamos socialmente da gafe cometida. Já que quando trouxeram nossos pratos, nossos kuàizi estavam serenamente mergulhados nos copos verdes.

O restante do almoço fluiu sem mais nenhuma gafe aparente. No entanto, quando a atendente recolhe a louça e os copos plásticos, ela percebe que algo está errado e faz uma cara estranha.

Eu e D. fingimos inocência mas, cientes da gafe cometida, temos que nos conter para não rir.

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