Era uma vez...

Shinjuku: a maior estação de Tóquio

Eu havia cansado de ler que a estação Shinjuku é a maior estação de Tóquio e a mais movimentada do mundo. Porém, só quando desembarcamos do trem vindo do aeroporto de Narita é que dimensionei a informação.

Explico: Na época de nossa viagem a Tóquio, ela possuía 36 plataformas (entre trem intermunicipal, trem urbano e linhas de metrô), mais de 200 saídas e atendia a 3,4 milhões de pessoas diariamente.

Durante nos 4 dias em que ficamos na cidade, utilizamos a estação Shinjuku. Mas, sempre que fazíamos a conexão do trem urbano para o metrô, tínhamos que apresentar os cartões de transporte e pedir a um guarda para liberar a catraca. Pois durante o processo de conexão cometíamos algum erro que bloqueava nossa passagem.

Assim, a estação Shinjuku tornou-se cenário de algumas de nossas histórias vividas em Tóquio. De fato, a maior estação de Tóquio e a mais movimentada do mundo, não é para os fracos!

Shinjuku, na maior estação de Tóquio

Primeiro contato

Nosso primeiro contato com a estação de Shinjuku foi na noite de nossa chegada em Tóquio. Na verdade, a maior estação de Tóquio foi nossa primeira experiência na cidade.

Nossa bolha de tranquilidade estourou quando desembarcamos do trem vindo do aeroporto de Narita. Como resultado do enorme fluxo de pessoas andando em várias direções. A situação nos deixou desnorteados. Mas naquele momento entendemos o que queria dizer “a maior estação de Tóquio e a mais movimentada do mundo”.

Em seguida, compreendemos que não poderíamos caminhar no mesmo ritmo da multidão posto que não sabíamos para onde ir. Assim, ignorando o ritmo frenético ao nosso redor, caminhamos mais devagar. Enquanto buscávamos uma saída, nos permitíamos olhar algumas vitrines das muitas lojas.

Quando finalmente conseguimos chegar a rua, caía uma chuva fina e o gps mostrava que estávamos mais distantes do hotel do que devíamos. D. me olhava com aquela cara de “Mais uma vez perdidos com um mapa na mão!”

Assim, decidimos começar uma segunda busca. Agora, por um táxi. Mas essa foi fácil! Bastou subir um lance de elevador.

O serviço de taxi em Tóquio pode ser considerado caro. Mas chegar ao hotel seco e sem passar perrengue a noite, não tem preço!

Em virtude do meu hábito de viajar sempre um cartão com o endereço do hotel em idioma local (neste caso, em japonês), apenas entreguei-o para o motorista que, deixando a estação para trás, nos conduziu ao hotel Nishitetsu Inn Shinjuku.

Perdidos

Um dia, voltando para o hotel, eu e D. caminhávamos no ritmo da multidão, guiando-nos pelas placas indicativas presas no teto da estação.

D. seguia ora a meu lado, ora atrás de mim. Fazíamos a fatídica conexão da linha de trem urbano para a linha de metrô (aquela que nunca conseguimos acertar). Porém, num dado momento, quando me virei para falar algo, ele havia sumido.

Gelei! O botão do pânico se acendeu e, ali no meio de um corredor de Shinjuku, a maior estação de Tóquio, parei. Simplesmente me tornei uma estátua viva. As pessoas continuavam passando freneticamente. Não sei como ninguém esbarrou em mim.

Aliás, em minha cabeça, havia um turbilhão de perguntas. Como D. se perdeu de mim? Como ele vai fazer para chegar ao hotel se eu estou com os cartões de transporte e o dinheiro?

Após alguns minutos que pareceram uma eternidade, olhei para o lado e vi a passagem para um outro corredor.

Dei 2 passos para frente olhando para o corredor na minha lateral. Nada de D.

Retorno a minha posição. Resolvo caminhar para trás alguns passos. Mas mantenho minha atenção no mesmo corredor lateral. Neste momento, vejo D. andando para trás da mesma forma que eu.

Sinto um alívio inexplicável. D. caminha na minha direção ainda desesperado. Começo a rir! Afinal, como numa cena de um filme de “O Gordo e o Magro” estávamos parados em lados opostos da mesma pilastra.

Gentileza

Ainda teve o dia em que, ao buscar uma linha de trem urbano, descobri que existiam 2 paradas na estação. Afinal, não é a toa que Shinjuku é a maior estação de Tóquio e a mais movimentada do mundo!

Enquanto eu olhava o painel e tentava decidir para qual das 2 paradas deveríamos ir, D. ao meu lado apenas falava: “Anda logo, Bela! Escolhe uma e vamos.”

Eis que uma senhorinha que varria o chão, gentilmente se aproxima. Sem dúvida ela nos observava. Claro que, com todos os meus gestos e expressões corporais e faciais, ela entendeu meu dilema. Ouso dizer que, para ela, devo ter sido quase como uma encenação de Kabuki.

Ela me olha, sorri e indica uma das paradas. Sorrio, inclino-me agradecendo e ela se afasta.

Falo para D.: “Ela disse para irmos para essa. Mas por quê essa e não a outra?”

D. me olha exasperado mas antes que pudesse abrir a boca, a senhorinha estava novamente a meu lado. Olha-me nos olhos com um sorriso paciente e, após indicar novamente a parada, separa suas mãos a uma pequena distância. Ao indicar a outra parada, separa suas mãos a uma distância bem maior.

A mensagem é captada. Na satisfação da compreensão, verbalizo em português: “Ah! Nessa vou ter que andar muito!”

Começamos, as duas, a rir como se tivéssemos compartilhado alguma piada enquanto D. olha a cena incrédulo.

Mas sua gentileza vai além da informação. Ela quer ter certeza de que seguiremos o caminho certo. Assim, ela nos conduz até o limite de seu setor e, mais uma vez, nos indica o caminho.

Kabuki é uma forma de teatro japonês onde o exagerado é levado ao extremo fazendo com que tudo fique mais fantástico. Para saber mais sobre o Kabuki, visite o site cultura japonesa

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